Último Filme Que Você Viu

Tópico pra falarmos do que estamos assistindo no momento.

ASSÉDIO Seria um desafio encontrar cinco ou dez planos medíocres neste drama altamente erótico (sem apelar para nudez e sexo) sobre uma mulher acossada pelo patrão, que consegue, aos poucos, fazê-la se apaixonar por ele. Bertolucci localiza a maior parte da história num casarão antigo de vários andares, o que não intimida a câmera que, sinuosa e sempre a espreitar, explora o ambiente que mantém os protagonistas separados fisicamente mas não rompe a atração crescente que eles sentem um pelo outro. Há poucos diálogos - pouquíssimos, na verdade: Bertolucci exprime o que deseja com instrumentos valiosos que manuseia com toda a segurança e o know-how de um velho mestre: a câmera, a música, a montagem e os atores. O filme é uma experiência altamente internalizada, mas nem por isso menos densa. ****/*****

Vi ontem Sombras da Noite e é impossível não se decepcionar. Nem é que o filme seja tão ruim (é apenas razoável), mas fica a impressão que a premissa dava manga para algo muito mais interessante. Parece feito por alguém tentando emular Tim Burton, não pelo próprio. E, por favor, alguém dê um papel diferente pro Johnny Depp. 3/5
Vi também Madagascar 3 e me surpreendi. Não vi os 2 primeiros que sempre me pareceram bem bobinhos, e quase deixei passar esse também, mas me deparei com um filme bem engraçado e divertido, que consegue utilizar muito bem os recursos do gênero além de fazer um bom uso do 3d. 4/5

Assisti Trama Macabra, último do mestre Hitchcock. De certa forma, o filme foi uma surpresa. É um filme melhor do que eu esperaria dele nesse estágio final de sua carreira. Está fora do terreno comum do diretor e flerta bastante com um humor meio sombrio. Claro que, se for analisar, é um filme tipicamente hitchcockiano, com a história do McGuffin e tudo, mas tem um ar meio diferente. Isso sem contar que o cara aproveitou para dar sua última piscadela para o público de maneira genial.

Hanyo (Ki-young Kim, Coréia, 1960)

Um casal contrata uma empregada suficientemente atraente, o homem tem um momento de fraqueza e o desastre acontece. A empregada não é simplesmente um monstro, ainda que inconsequente, o homem não é um marido ruim e a esposa, embora magoada e esgotada por toda a situação, permanece preocupada em preservar a família do escândalo. Interessante que a empregada tem o desejo "louco" de ser tão valorizada quanto a esposa, quer respeito e consideração. Quem não quer? Mas não é assim que funciona... A abordagem das consequências é exagerada, mas não prejudica, e o filme dá certo quase como terror. O final é inacreditável no mau sentido, por trazer um momento He-Man, quando o homem olha para a câmera e dá uma lição. Não chega a destruir o filme.

leomaran escreveu:Assisti Trama Macabra, último do mestre Hitchcock. De certa forma, o filme foi uma surpresa. É um filme melhor do que eu esperaria dele nesse estágio final de sua carreira. Está fora do terreno comum do diretor e flerta bastante com um humor meio sombrio. Claro que, se for analisar, é um filme tipicamente hitchcockiano, com a história do McGuffin e tudo, mas tem um ar meio diferente. Isso sem contar que o cara aproveitou para dar sua última piscadela para o público de maneira genial.

Gosto de Hitchcock, mas não tanto. Family Plot me surpreendeu, inclusive pelo toque de comédia. Aquela cena do carro é bem nervosa...

Amanhã Nunca Mais Lembra bastante Depois de Horas, uma vez que acompanhamos as várias desventuras do protagonista e as figuras estranhas que cruzam seu caminho no período de uma noite. Junta-se ao fato de que o personagem é um clássico "banana", que acaba se metendo nas piores situações justamente por sua incapacidade de se impor. O resultado é ágil e agradável, sem ficar tão forçado quanto esse tipo de filme costuma ser, e se não gostei tanto da atuação do Lázaro Ramos (um tanto quanto teatral), o elenco de coadjuvantes é todo bem afinado. 4/5

TEMPORADA DE CAÇA Ninguém supera Paul Schrader na investigação de indivíduos autodestrutivos, que se consomem enquanto tentam resolver os seus problemas ou os de terceiros. Ele é o autor da autossabotagem. Seus personagens curto-circuitam os próprios objetivos, ou ao menos algum aspecto importante de suas vidas, intoxicados pela fúria (Touro Indomável, Temporada de Caça), pelo idealismo (Mishima) ou pela loucura (Memórias de uma Guerra, Taxi Driver). Neste filme, que começa calmo e vai adquirindo poder à medida que se desenrola, o infeliz que almeja uma melhoria em sua existência mas que a busca por meio de atos que trazem a infelicidade a todos é um policial (Nick Nolte) frustrado, divorciado, incapaz de se comunicar com a filha pequena. Desde a infância ele teve a personalidade definida pela brutalidade avassaladora do pai (James Coburn), um bêbado crônico, violento, machista e simplesmente mau. Schrader aperta o cerco ao espectador, fazendo-o perceber que cada vez mais Nolte vai se assemelhando ao detestado pai. Se a narração em off de Willem Dafoe testa a paciência, o estorvo é compensado pela intensidade volcânica dos conflitos entre vítimas e vitimizadores, que a partir de certo ponto não chegam mais a se distinguir. Coburn venceu um Oscar-surpresa, que se torna compreensível ao vê-lo sorrindo maliciosamente em tela, alcoolizado, ciente do machismo e da estupidez que exercita com prazer, à custa do bem-estar da família, convencido de que assim devem se portar os homens de verdade. Uma figura assustadora. ****/*****

2 Coelhos (Afonso Poyart, 2012)

história desinteressante, estilização excessiva, direção afetada, referências deslocadas, ambição injustificada. Mas, Alessandra Negrini.



O Dorminhoco (Woody Allen, 1973)

O Woody com algum dos melhores diálogos de sua carreira. Com as gags mais engraçadas. E com momentos totalmente wtf como esse aí de cima que podem te derrubar da poltrona rindo.

Tensor escreveu:
2 Coelhos (Afonso Poyart, 2012)

história desinteressante, estilização excessiva, direção afetada, referências deslocadas, ambição injustificada. Mas, Alessandra Negrini.

Alessandra Negrini foi justamente o que eu pensei quando comecei a ler o que você escreveu. Não sei por que eu sempre gostei dela, principalmente da voz.

Gosto bastante dela também (não só pela beleza), e é quem alavanca o filme pra não ser um desastre.

Quero ver Amanhã Nunca Mais e 2 Coelhos. Gosto do jeito como fazem cinema no Brasil. Tenho vários filmes brasileiros na lista espera.

Tensor escreveu:

2 Coelhos (Afonso Poyart, 2012)

história desinteressante, estilização excessiva, direção afetada, referências deslocadas, ambição injustificada. Mas, Alessandra Negrini.

Gostei bastante desse. E concordo com isso "estilização excessiva, direção afetada", mas que pra mim soou como qualidades.
Agora a Alessandra Negrini é a coisinha mais linda, hein?

Capitães de Areia (Cecília Amado e Guy Gonçalves, 2011) - 0,5/5

Tinha lido o livro na época da escola e assisti por curiosidade, já que o livro era bacaninha. Achei uma grandessíssima bosta sem pé nem cabeça, perda de tempo. O 0,5 na nota fica por conta do baixinho gorducho que rouba cena, uma espécie de Zé Pequeno mais atrevido e muito mais inofensivo, hehe.

PS: Esse tópico deveria ser fixado no topo desta seção.

Enxak, não encontrei a opção fixar tópico. Coloquei como anúncio, que é o mais parecido. Pelo menos por enquanto.

enxak escreveu:Capitães de Areia (Cecília Amado e Guy Gonçalves, 2011) - 0,5/5

Tinha lido o livro na época da escola e assisti por curiosidade, já que o livro era bacaninha. Achei uma grandessíssima bosta sem pé nem cabeça, perda de tempo. O 0,5 na nota fica por conta do baixinho gorducho que rouba cena, uma espécie de Zé Pequeno mais atrevido e muito mais inofensivo, hehe.

Eu tinha altas expectativas com relação a esse - sempre ouvia falar bem do livro, que nunca li, e a temática me parecia interessante. Nem achei o filme péssimo, achei simplesmente meia-boca, nada ali se destaca, os personagens não são carismáticos, a história não é empolgante... e você acaba não dando a mínima para o que está acontecendo ali.

Devo merecer algum tipo de punição. Vi Motoqueiro Fantasma 2 e o impensável aconteceu, consegue ser (muito) pior do que o primeiro. E embora você possa estar imaginando que isso não seria tão difícil, basta dizer que o primeiro filme é OP perto desse. Fujam!

SWAT - Comando Especial (SWAT, Dir.: Clark Johnson, 2003) 3/4



Curto muuito esse filme. Mesmo sem alcançar um vôo mais alto, mas é um filme de ação bem competente. Tudo redondinho. E filme sem querer revelou o Jeremy Renner.

Anjos da Lei Uma das melhores comédias que assisti ultimamente. Tem um roteiro criativo, que consegue ser uma sátira tanto aos filmes policiais quanto aos de high school, e uma dupla de protagonistas que segura muito bem o filme. Pode ser considerado uma das surpresas desse ano. 4,5/5

felipe. escreveu:

Anjos da Lei Uma das melhores comédias que assisti ultimamente. Tem um roteiro criativo, que consegue ser uma sátira tanto aos filmes policiais quanto aos de high school, e uma dupla de protagonistas que segura muito bem o filme. Pode ser considerado uma das surpresas desse ano. 4,5/5

Quero muito ver esse, devo assistir quando sair em video. Dei bobeira e acabou saindo de cartaz.

TRAINSPOTTING O mal-estar inicial vem da impressão de que teremos de aturar um filme descolado, espertinho, cheio de firulas sobre um tema pesado como o vício em drogas. Nada impede que um cineasta jogue a solenidade de lado ao tratar de coisas sérias, afinal o artista deve ser livre em seu modo de expressão. Só que há o receio de a brincadeira diluir e desmerecer as ramificações gravosas do assunto. Passados alguns minutos, no entanto, Boyle deixa claro que, apesar de não abrir mão do seu estilismo de alta voltagem, fará questão de chocar o espectador. A degradação pela qual virtualmente todos os personagens passam faz com que até pesos-pesados como Réquiem Para um Sonho aparentem timidez em comparação. Os junkies de Boyle falam sobre escolhas, mas a possibilidade de fazê-las é limitada - quando não impedida - pela dependência química. São seres escravizados, de quem a capacidade de autodeterminação foi condicionada à busca de apenas uma coisa: outra dose. Vivem mergulhados em vômito, fezes. Mortos-vivos. A inventividade de Boyle ao ilustrar esses estados lastimáveis de quase não-existência prima, sim, pelo insusitado, sem deixar de causar um tremendo baque em quem assiste. Trainspotting contagia, é despretensioso, tem desenvoltura formal, mas jamais abdica de sua responsabilidade para com a gravidade do que está a mostrar, o que denota a maturidade com que foi realizado. ****/*****

Gremlins 2 - A Nova Turma (Gremlins 2 The New Batch, Dir.: Joe Dante, 1990) 3/4



Ótima sequel onde o diretor Joe Dante acaba usando os Gremlins para zoar tudo e a todos.

Jail escreveu:Gremlins 2 - A Nova Turma (Gremlins 2 The New Batch, Dir.: Joe Dante, 1990) 3/4

Ótima sequel onde o diretor Joe Dante acaba usando os Gremlins para zoar tudo e a todos.

Eu gostava muito na época da Sessão da Tarde, achava hilário. Hoje eu acho meio bobo. O primeiro é melhor.

Copland - Alguém lembra desse? Nunca tinha visto Stalonne tão bem em um filme.

Nacka escreveu:
Copland - Alguém lembra desse? Nunca tinha visto Stalonne tão bem em um filme.

Já li de muita gente que esse surpreende mesmo. Tanto o filme como o Stalonne. Um dia ainda vejo.

E Aí, Comeu?

Ah cara...

Enquanto os camaradas estão lá na mesa do bar estão enchendo a cara, zoando com Seu Jorge e fazendo observações sobre a anatomia feminina, sobre o hair design das partes pubianas, ou dando dicas sobre sexo oral, até que é bacana. O filme adota um estilo politicamente incorreto e um ar que o diferenciaria das demais produções do gênero.

Mas Bruno Mazzeo, né?

Crítica completa aqui